S.O.S. EDUCAÇÃO - 1

Diário de classe (versão vida real)


1. Um tapa na cara e mais um safanão
  
   Puxa vida...que profissão é essa a minha?! Tá louco...é masoquismo ou sei lá o quê...heroísmo. Talvez o professor seja o único profissional com múltiplas funções implícitas e que só recebe irrisoriamente e supostamente por uma delas.
   Primeiro você ouve em todo o canto que ''a educação é a salvação do mundo'’, mas ao entrar no sistema entende que ''salvar'',  de fato significa levar um tapa na cara bem grande da sociedade!
   Na faculdade de licenciatura te ensinam que o educar é o transformar através do libertar pelos métodos fenomenais segundo a filosofia budista do blablablá, blablablá e blablá.
   Nos cursos de formação, palestras e reuniões pedagógicas, são promovidas terapias motivacionais muito boas. Ensinam até como deve ser feito idealmente o trabalho ou reanimam a quase esperança perdida na educação. Basta querer...uhuuulll, poder nem tanto.
   Com base em várias psicopedagogias e também de intelectuais acadêmicos (geralmente de questões de concurso), existem algumas regras a serem seguidas antes do professor ousar reclamar ou se estressar ''à toa'':

- O aluno não te aceitou? Prepare aulas que sejam interessantes e diversificadas o suficiente para cativar e derreter o coração dele.

- O aluno te agrediu verbalmente/fisicamente, te desrespeitou e te afrontou? Relaxa, ele não sabe o que faz, é apenas um desajustado social sem estrutura familiar. A solução é atenção e carinho (x30) ;).

- O aluno não fez nada o ano inteiro? Bota recuperação nele!

- Há muitos alunos por sala? Não é desculpa para se descabelar, né? Afinal, basta controlar e manter a sala organizada e quieta (seu incompetente).

   É mole ser professor, né não? Aproveito o momento (emocionada) para pedir mil desculpas a todos os meus antigos professores. Cheguei a duvidar daquele choro ou outro e do sofrimento aparente. Ficava com raiva quando tinha que gritar ''Presente'' durante a chamada, por causa do barulho, não associava ao sistema mercadológico de educação em massa. Assim como também por causa de toda a estrutura arcaica industrial de configuração do tempo/espaço na escola, que me proporcionava tédio, confesso que descontava na aula do professor, lendo livros. Meu protesto não foi destrutivo ao menos pra ninguém. Pena que os demais alunos costumam expressar o total desinteresse de outras formas, atingindo o professor e certamente, o desrespeito não agrega em nada o futuro do aluno. 
   Os sonhos de uma educação melhor vão morrendo devagarinho...devagarinho... E agora eu do lado de cá, observo a iminência de uma morte súbita!

SOOCORROOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!

Profa Jacqueline

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